sábado, 3 de novembro de 2012

Queria ir. Queria viajar sem documentos, sem fotografias, sem peso, sem malas. Sem memórias, sem meus pensamentos. Queria ir sem minhas digitais, minhas dores, meus amores. Queria ir. Abandonar o vício. Não reconhecer a imagem refletida no espelho. Quebrar as molduras, desconstruir, vazar, me esparramar... Me recriar. Te perdoar. Me castigar. Queria ver tudo lá de longe, lá do alto. Flutuar. Ser leve, ser solta, ser só. Desamarrar. Desaparecer. Para nunca retornar. De vez em quando mergulhar no azul de algum mar. Me atirar sem pensar. Me limpar, me alimentar, me saciar. Me vingar. Queria ir e me esconder das noites escuras no escuro das noites. E me perder. E te perder. E não saber quem sou e quem tu és. Esquecer. Queria ir, não consigo Fico, então. Ficamos nós, covardes que somos.

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